Além de reunir especialistas para a difusão de informações sobre o lipedema, o I Simpósio Baiano de Lipedema, confirmado para o dia 3 de maio no Centro de Convenções do Hospital Mater Dei Salvador, será palco do lançamento das ações do Instituto Lipedema Brasil na Bahia. Referência nacional no tratamento da doença, a organização, sediada em São Paulo, foi o primeiro centro de tratamento multidisciplinar do lipedema no país. A programação completa do simpósio pode ser conferida no endereço eletrônico www.abmeducacaopermanente.org.br, onde os interessados podem efetivar sua inscrição. As vagas são limitadas.
A criação do Instituto Lipedema Brasil em Salvador justifica-se pela necessidade de democratizar o acesso das mulheres baianas aos melhores tratamentos para essa doença que acomete cerca de 10% das brasileiras. Segundo o Diretor do Instituto Lipedema Brasil, Fábio Kamamoto, ainda existem poucos médicos treinados para o tratamento de maneira adequada. Por isso, “uma das missões do Instituto é qualificar profissionais, além de oferecer às baianas um tratamento com a mesma qualidade da que temos aqui em São Paulo, por meio da instrumentalidade do cirurgião baiano Franklin Mônaco, médico da minha extrema confiança”, declarou o especialista, que é um dos pioneiros no tratamento cirúrgico da patologia no país.
De acordo com o cirurgião plástico Franklin Mônaco, a ideia de trazer o Instituto Lipedema Brasil para Salvador surgiu da necessidade de encurtar a distância entre as pacientes e seu tratamento. “Muitas mulheres do nosso estado com essa patologia precisavam se deslocar muitos quilômetros para ter acesso a especialistas. É maravilhoso para a Bahia dispor do tratamento nos mesmos padrões de excelência disponíveis no Instituto em São Paulo. Também é muito bom que o lançamento da primeira filial do Lipedema Brasil no Nordeste aconteça em um evento científico tão rico como será o I Simpósio Baiano de Lipedema”, afirmou.
O evento vai reunir diversos profissionais qualificados em torno do lipedema. Além dos cirurgiões Fábio Kamamoto e Franklin Mônaco, os palestrantes confirmados são Thomaz Menezes (cirurgião plástico), Eutímio Brasil (cirurgião vascular), Adriana Moura (endocrinologista), Gabriela Pereira (presidente da ONG Movimento Lipedema), Thais Guisso (nutricionista), Clara Dias (nutricionista) e Mariana Barreto (fisioterapeuta). Além disso, a paciente Viviane Oliveira vai falar sobre o impacto do lipedema em sua vida.
A doença – O lipedema, condição médica crônica que afeta principalmente mulheres, é caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura em áreas específicas do corpo, tais como quadris, coxas e pernas. Muitas vezes confundido com linfedema, insuficiência venosa crônica, obesidade ou outros distúrbios de gordura, o problema costuma ser subdiagnosticado e requer uma abordagem específica, com destaque para a cirurgia plástica como parte importante do tratamento interdisciplinar.
O tratamento pode incluir uma abordagem conservadora, como a terapia de compressão, exercícios físicos e mudanças na dieta, além da cirurgia plástica. Segundo o cirurgião Franklin Mônaco, a cirurgia, que dura cerca de três horas, conhecida como lipoaspiração tumescente, é realizada por cânulas de pequeno calibre que aspiram o tecido gorduroso doente localizado abaixo da pele. “Nos casos mais avançados (estágios 3 e 4), devido ao grande volume de gordura, após a lipoaspiração, a remoção cirúrgica do excesso de pele pode ser necessária”, completou.
Os pacientes que se submetem à cirurgia plástica para tratar o lipedema frequentemente relatam melhorias significativas na qualidade de vida, na mobilidade e na autoestima. A cirurgia não é uma solução única e definitiva, sendo essencial manter um estilo de vida saudável após o procedimento para manter os resultados. O tratamento multidisciplinar costuma demandar outros especialistas além de um cirurgião plástico, tais como dermatologista, cirurgião vascular, fisioterapeuta, nutricionista, educador físico e psicólogo ou terapeuta. O bem-estar das pacientes é o principal alvo das intervenções.