abertura da 17ª Conferência Nacional de Saúde foi um grande momento de celebração pela retomada da participação popular na construção de políticas públicas do Sistema Único de Saúde (SUS). Em alusão ao tema ‘Garantir direitos, defender o SUS, a vida e a democracia – Amanhã vai ser outro dia’, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, reforçou que “hoje já é um novo dia” para todos aqueles que lutam por um SUS integral, universal e democrático.
“Estou certa de que o nosso país, neste terceiro governo do presidente Lula, está preparado para contribuir para promover a paz, o desenvolvimento sustentável e o combate às desigualdades entre as nações. Precisaremos estar atentos e fortes”, refletiu a ministra. Durante o discurso, ela enfatizou que a saúde não é uma pauta isolada e está inserida em um contexto maior de respeito ao meio ambiente e proteção às populações vulneráveis – como LGBTQIAP+, a população negra, os povos indígenas, as mulheres, as crianças e os idosos.
“Desigualdade faz mal à saúde. Por isso, esse tem que ser um compromisso central do nosso governo e será uma ação fundamental no Ministério da Saúde. Não há saúde quando há fome. Não há saúde quando não há acesso à educação, à cultura. Não há saúde quando o meio ambiente é ameaçado. Não há saúde quando as mulheres, as crianças e os idosos sofrem violência”, enfatizou.
Nísia lamentou as mais de 700 mil vidas perdidas durante a pandemia, das quais milhares poderiam ter sido salvas a partir de ações coordenadas pelo Governo Federal e falou sobre as marcas deixadas pela pandemia, como a piora nos quadros de saúde mental, o aumento das filas para cirurgias e procedimentos eletivos e o agravamento de outras questões enfrentadas pelo SUS.
Ela destacou que, em apenas seis meses e com esforço conjunto, foi possível retomar importantes políticas públicas e realizar um evento com a magnitude da 17ª CNS. “É um fato histórico nós termos conseguido realizar essa conferência. Aperfeiçoamos programas, como o Bolsa Família, o Mais Médicos, o Brasil Sorridente e o Programa Nacional de Imunizações – outro patrimônio da sociedade brasileira”, enfatizou.
A ministra reforçou também que o encontro deixará frutos para o Brasil. “Não queremos uma conferência apenas como um ato. Queremos uma conferência como um documento forte que o Ministério da Saúde vai implementar. É esse o nosso compromisso”, destacou.
Pauta transversal
O presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto, reforçou que a saúde não pode ser vista de maneira isolada. “Saúde tem que significar que as pessoas têm direito a comida, casa, trabalho, a um salário condigno, água, vestimenta, educação. Direito a informações, como dominar o mundo e transformá-lo. Direito ao meio ambiente protegido e uma vida digna e decente, como nos ensinou Sérgio Arouca”, falou Pigatto em referência a um dos mais célebres discursos da 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986.
O presidente do CNS destacou, ainda, a força da realização após anos de resistência e ataques ao SUS. “Esta conferência é uma virada nas lutas do povo brasileiro para reconstruir o país, repor o valor incontestável da democracia e fazer com que o nosso povo compreenda e se aproprie da saúde como um direito não só na lei, mas na prática”, sustentou.
A fala foi ao encontro dos argumentos do secretário Executivo do Ministério da Saúde, Swedenberger Barbosa. “É nessa ampliação de direitos que nós construímos o SUS. Cada vez mais direitos, cada vez mais cidadania, cada vez mais democracia. O pilar do SUS é esse controle social e a participação democrática”, reforçou.
Em uma rápida fala durante a abertura, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, também salientou que o principal ponto da conferência é a participação popular. “O mais importante são as falas de vocês durante o evento. As diretrizes, as propostas, as lições que vocês trazem de cada pedacinho do nosso país”, incentivou o ministro.
Para Cida Gonçalves, ministra das Mulheres, o evento representa um reforço da união dentro da equipe que compõe o Governo Federal. “Nós queremos Nísia Trindade porque nós precisamos do SUS, de vida, de dignidade. Nós, mulheres, ministras do governo Lula, temos um pacto. Estaremos juntas, fortalecendo, sendo solidárias. Estamos com Nísia em solidariedade e respeito, e pelo trabalho realizado”, confidenciou.
À frente da pasta dos Povos Indígenas, a ministra Sonia Guajajara também falou sobre a união necessária em todo o governo para garantir melhores condições de vida a todas e todos os brasileiros. “Nós estamos juntas com o presidente Lula, que assumiu o compromisso de acabar com a desigualdade no nosso país. Para ter saúde é preciso garantir também moradia, renda, alimentação, trabalho e meio ambiente. Nós vamos seguir afirmando: nunca mais um Brasil sem nós”, realçou.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, lembrou da importância do SUS, em especial para as pessoas que moram em regiões mais vulneráveis. “Ter um Sistema Único de Saúde é a segurança de que o filho do pobre, o filho daquele que mais precisa, terá cuidado em um hospital. Os hospitais de excelência são do serviço público. Na pandemia, quem sustentou foi o serviço público. Vocês estão aqui para trazer para nós do governo, para nossa ministra e sua equipe, o olhar da sociedade. Nós não queremos inventar a roda. As boas políticas devem ser ampliadas. As boas ideias, transformadas em políticas públicas de escala”, refletiu.
Também participaram da mesa de abertura as deputadas federais Jandira Feghali e Erika Kokay, o senador Humberto Costa e o diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), Jarbas Barbosa.
Fonte: Ministério da Saúde