Gravidez na adolescência: a fé se apresenta como ferramenta para enfrentamento no Brasil

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A fala do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante o evento do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), nesta terça-feira (21), evidencia uma questão urgente e complexa: a gravidez na adolescência como fator que perpetua desigualdades sociais e econômicas no Brasil e na América Latina. Ao afirmar que não há como reduzir a desigualdade sem enfrentar esse tema, o ministro toca em um ponto central da agenda pública, a necessidade de integrar políticas de saúde, educação e assistência social em uma abordagem territorial e comunitária. É uma visão acertada, pois o enfrentamento do problema não depende apenas de campanhas pontuais, mas de um esforço contínuo de inclusão, informação e diálogo com os diversos setores da sociedade.

A proposta de envolver lideranças religiosas e escolares nesse debate torna-se estratégica e sensível à realidade brasileira. As igrejas e escolas são, de fato, espaços de convivência e acolhimento que moldam valores e comportamentos, especialmente nas comunidades mais vulneráveis. Entretanto, é preciso que esse diálogo seja pautado no respeito aos direitos reprodutivos e na defesa da autonomia das mulheres e meninas. Não basta abrir o debate, é fundamental garantir que ele não se transforme em instrumento de repressão moral ou em obstáculo à educação sexual baseada em evidências científicas e no respeito à diversidade. O desafio, portanto, é construir pontes entre a fé e a ciência, sem abrir mão do compromisso com os direitos humanos.

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