Um novo estudo publicado na revista Circulation trouxe boas notícias para os chamados “atletas de fim de semana”. A pesquisa sugere que aqueles que concentram seus exercícios apenas nos dias de descanso podem obter os mesmos benefícios para a saúde que aqueles que distribuem as atividades físicas ao longo da semana. Os resultados apontam que essa prática pode proteger contra 264 doenças no futuro, com eficácia comparável a uma rotina de exercícios mais regular.
O estudo, liderado por pesquisadores do Massachusetts General Hospital, analisou dados de 89.573 participantes inscritos no UK Biobank, um extenso banco de dados de saúde do Reino Unido. Utilizando acelerômetros de pulso, dispositivos capazes de medir a intensidade e a duração das atividades físicas, os cientistas mapearam os padrões de exercício dos participantes. Com base nisso, os indivíduos foram categorizados como “guerreiros de fim de semana”, “regularmente ativos” ou “inativos”, seguindo as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomendam 150 minutos de atividade física semanal.
A pesquisa se concentrou em avaliar a relação entre esses padrões de atividade e a incidência de 678 condições de saúde, incluindo doenças cardíacas, mentais, digestivas e neurológicas. Os resultados foram animadores: tanto os “guerreiros de fim de semana” quanto os praticantes regulares apresentaram um risco significativamente menor de desenvolver mais de 200 condições de saúde em comparação aos inativos. Entre os destaques, o risco de hipertensão foi reduzido em 23% para os que se exercitavam apenas aos fins de semana, e em 28% para os que praticavam exercícios regularmente. Para o diabetes, as reduções foram de 43% e 46%, respectivamente.
Essas descobertas reforçam a importância da atividade física, independentemente da frequência com que ela é realizada. O coautor do estudo, Shaan Khurshid, destaca que o impacto positivo dos exercícios físicos vai além das condições cardiovasculares. Ele observa que a prática regular, mesmo que concentrada em poucos dias, pode reduzir o risco de doenças que variam de problemas renais crônicos a transtornos de humor.
Para Khurshid, os resultados também sugerem que futuras intervenções de saúde pública podem focar em incentivar a prática de exercícios de acordo com as necessidades e rotinas das pessoas. Ele acredita que, ao adaptar os padrões de atividade física à realidade de cada indivíduo, será possível melhorar significativamente a saúde da população em geral, sem a necessidade de seguir à risca a recomendação de atividades distribuídas por toda a semana.
Este estudo traz uma nova perspectiva para aqueles que, por causa de rotinas ocupadas, encontram dificuldades para se exercitar regularmente. A mensagem principal é clara: o que realmente importa é atingir a meta semanal de 150 minutos de atividade moderada a vigorosa, independentemente de como essa meta é distribuída ao longo da semana.
*Com informações da CNN Brasil.