Na hora de cuidar da beleza, muita gente procura clínicas que prometem um tratamento especializado. Mas é bom ter alguns cuidados para não se arrepender. O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) emitiu um alerta sobre os perigos associados a procedimentos estéticos realizados por profissionais sem a devida qualificação, que podem resultar em graves complicações oculares.
Entre os procedimentos mais comuns que oferecem risco estão o ultrassom microfocado, laser CO2, peeling de ácido tricloroacético (ATA) e peeling de fenol. Segundo o CBO, esses tratamentos podem causar queimaduras que danificam a córnea e a retina, podendo levar ao desenvolvimento de catarata e glaucoma.
A entidade relatou casos em que a aplicação incorreta de ultrassom microfocado provocou em pacientes a evolução para baixa visão, dor, fotofobia (sensibilidade à luz) e aumento da pressão intraocular, culminando em glaucoma secundário e catarata.
Diante desses riscos, o CBO reforça a importância de que qualquer tratamento estético envolvendo a região dos olhos seja conduzido por profissionais adequadamente treinados e certificados. O conselho sugere que os pacientes verifiquem as credenciais do profissional, confirmando se ele possui licenças válidas e treinamento específico para o uso das tecnologias envolvidas.
Além disso, o CBO recomenda uma série de cuidados para evitar situações indesejadas.
Confira o checklist de segurança:
- Assegurar-se de que os equipamentos utilizados nos procedimentos estejam bem configurados e calibrados para os tratamentos pretendidos;
- Evitar a aplicação de substâncias que causam desconforto e agridem a região dos olhos;
- Montagem de um plano de tratamento, buscando personalizá-lo às necessidades de saúde ocular do paciente, o que reduz o risco de complicações;
- Avaliação oftalmológica prévia para identificar condições pré-existentes, como olho seco, glaucoma ou infecções que possam ser exacerbadas pelo procedimento.
Em caso de complicações como baixa visão, a orientação é buscar imediatamente um oftalmologista, que poderá avaliar os danos e iniciar o tratamento necessário, que pode incluir medicamentos ou intervenções cirúrgicas.
Lei do Ato Médico
A entidade também lembra que, de acordo com a Lei do Ato Médico (Lei nº 12.842/13), procedimentos estéticos invasivos devem ser realizados exclusivamente por médicos. O descumprimento dessa legislação expõe os pacientes a riscos, já que profissionais não qualificados podem não estar preparados para lidar com complicações, agravando ainda mais o quadro clínico dos afetados.
*Com informações da Agência Brasil.