Você já sentiu seu coração acelerado antes de uma prova ou reunião? Ou as mãos suarem antes de encontrar alguém importante? Isso é ansiedade, uma reação natural. A ansiedade pode se tornar uma doença quando coloca o corpo em constante estado de atenção, como o que aconteceu com o cantor Wesley Safadão, que anunciou uma pausa na carreira após várias crises.
O que os médicos explicam que a ansiedade é uma resposta natural do nosso corpo que nos ajuda a reagir às situações difíceis e de risco. O que acontece com o transtorno ansioso, que é a doença, é que o risco não existe, mas a pessoa entra nesse estado de alerta mesmo assim.
Como acontecem as crises de ansiedade?
No último fim de semana, o cantor Wesley Safadão teve crises de ansiedade e anunciou uma pausa na agenda de shows e compromissos para acompanhamento médico.
O professor e psiquiatra explica as pessoas com transtorno ansioso podem ter episódios agudos, que são as crises. Eles acontecem por causa de uma reação química do corpo:
- Liberação de adrenalina: na crise, a amígdala, que é uma área do cérebro, libera um nível alto de adrenalina;
- Corpo vulnerável: no estado normal, o corpo atuaria para minimizar o efeito da adrenalina ao perceber que não há um risco iminente, mas no transtorno essas defesas são desativadas;
- Palpitação, suor e formigamento: com a descarga de adrenalina, o corpo reage com os sintomas físicos que caracterizam a crise como coração acelerado, pupilas dilatadas, vômitos, formigamento nas pernas, mãos frias, entre outros.
Um país ansioso
Assim como Wesley Safadão, a ansiedade é um problema de saúde que atinge quase 19 milhões de pessoas no Brasil, segundo a pesquisa do Instituto Datafolha divulgada em julho deste ano. Isso coloca o país entre os com maior índice em toda a América Latina.
Segundo Xavier, a doença é multifatorial, mas ele explica que a forma como vivemos hoje, em uma constante competição e comparação, deixa as pessoas vulneráveis à ansiedade.
Para ele, isso fica ainda mais acentuado por causa das redes sociais.
“O Instagram cria um modelo que quem acompanha se sente muito aquém. Isso estimula a competitividade. As pessoas se colocam em um nível de exigência muito alta e isso é uma questão chave para deflagrar a ansiedade”, diz.
Fonte: G1