As doenças do aparelho digestivo ocupam o 3º e 4º lugar do percentual de internações em mulheres e homens na Bahia. A informação é da Sociedade de Gastroenterologia no Estado que aponta patologias infecciosas como hepatites virais B e C no cenário epidemiológico incidindo na maioria dos 417 municípios baianos. A doença gordurosa do fígado tem aumento progressivo no ocidente, já configurando uma causa de câncer de fígado e das principais indicações de transplante hepático.
Em relação à taxa de mortalidade na Bahia, as doenças do aparelho digestivo são responsáveis por 40 óbitos para cada 100 mil habitantes. As neoplasias colorretais do estômago e do esôfago estão entre a 3ª e 4ª causa de mortalidade em mulheres e homens no Estado.
Estes assuntos estarão presentes na pauta do Congresso de Gastroenterologia (GastroBahia), que será aberto nesta quinta-feira (25), às 8h, no Hotel Mercure, no Rio Vermelho, em Salvador. O encontro, que prossegue até sábado (27) contará com a participação dos principais especialistas da área, sediando também o III Simpósio Norte-Nordeste de Pâncreas.
*Cuidados* – A ocorrência das doenças do trato digestivo chamam atenção para necessidade de ações voltadas para redução da mortalidade. “Além da capacitação dos profissionais médicos para diagnóstico e tratamento precoces das enfermidades, é preciso implementar medidas de prevenção e promoção à saúde. Entre as quais, destacam-se campanhas educativas quanto ao uso demasiado e/ou indiscriminado de antiinflamatórios e chás, exames de rastreio do câncer colorretal, combate ao excesso de peso, álcool e tabagismo, com estímulo às mudanças de estilos de vida, como aumento da prática de atividade física e melhora na qualidade da alimentação com maior consumo de frutas, verduras e legumes, e menor consumo de carne vermelha, embutidos e enlatados”, complementa Lourianne Cavalcante, presidente da Sociedade de Gastroenterologia na Bahia.
Segundo ela, essas medidas devem ter impacto positivo, ao reduzir a morbimortalidade, por doenças de cunho, inicialmente, benigno e indolente, como esteatohepatite não-alcoólica e doença do refluxo gastroesofágico, até doenças potencialmente graves e fatais, como pancreatite aguda e diversos tipos de câncer do aparelho digestivo.
*Dados nacionais-* Segundo o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, publicado em setembro de 2020, as doenças digestivas mataram mais de 156 mil pessoas no Brasil, o que equivale a 11,9% de todos óbitos ocorridos no ano de 2018.
Os problemas no sistema digestório afetam mais os homens (57,7%). No recorte raça/cor os brancos representam 53% e os pardos 38%. Mais da metade das mortes (55,0%) por essas doenças acometem pessoas com menos de 70 anos de idade.
Em relação ao sexo, segundo o Boletim Epidemiológico, os homens têm maior mortalidade por doenças digestivas, o que possivelmente se associa aos hábitos alimentares e maior consumo de álcool, que, no Brasil, se inicia na adolescência.
Com o apoio da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) e Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), o GastroBahia 2024 contará com programação ampla, abordando os temais mais relevantes da área.