Doar é um gesto de amor: por que ainda resistimos?

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Apesar dos avanços tecnológicos que colocam o Brasil entre os maiores sistemas públicos de transplantes do mundo, um obstáculo persiste: a resistência das famílias à doação de órgãos. Em 2024, 45% das solicitações foram recusadas por parentes dos doadores, segundo o Ministério da Saúde. O número é mais do que uma estatística — revela um desafio profundamente humano.

É compreensível. A dor da perda, o choque da notícia e a dificuldade de tomar decisões em momentos tão delicados pesam sobre quem ficou. Mas também é nesse instante que o acolhimento pode fazer a diferença. Em 2024, o Brasil bateu um recorde histórico: mais de 30 mil transplantes de órgãos e tecidos realizados, sendo 85% deles pelo SUS. Foram R$ 1,47 bilhão investidos, demonstrando o compromisso do sistema público com a vida. Ainda assim, milhares de pessoas continuam na fila de espera. E, para muitas, o tempo é cruel.

O governo federal lançou o Programa Nacional de Qualidade em Doação para Transplantes (ProDOT), que vai capacitar equipes para lidarem com as famílias de forma mais empática e sensível. O objetivo é claro: transformar a recusa em esperança para quem aguarda por um órgão. Porém, por mais que as políticas públicas avancem, é no coração das famílias que ainda reside a chave para salvar vidas. A decisão de doar exige conversa, informação e, sobretudo, empatia. É preciso quebrar o tabu e falar sobre isso em casa, antes que a tragédia bata à porta. Doar não é perder. É transformar o luto em vida.

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