Um simples exame de sangue de rotina, como o hemograma, pode ser o suficiente para o diagnóstico inicial ou a suspeita de leucemia. Esse tipo de câncer, que começa na medula óssea e se espalha para outras partes do corpo, faz com que os glóbulos brancos (leucócitos) percam a função de defesa do organismo e passem a se reproduzir desordenadamente. De origem, geralmente, desconhecida, a leucemia tem no diagnóstico precoce sua melhor forma de prevenção.
“A realização dos exames periódicos anuais de sangue, como o hemograma, é fundamental para identificar alterações hematológicas”, explica a hematologista Luiza Cardoso, do NOB – Oncoclínicas. “Quando se identifica precocemente alterações no hemograma e a doença é confirmada, através de outros exames específicos como o mielograma, e tratada logo no início, as chances de cura aumentam bastante”, acrescenta.
De um modo geral, trata-se de uma neoplasia maligna que não pode ser prevenida justamente por não ter causas bem definidas e fatores de risco precisos associados à doença. “Grande parte dos pacientes acometidos por tumores hematológicos não apresenta fatores de risco conhecidos modificáveis. Isso reforça a importância dos exames laboratoriais de rotina”, afirma Luiza Cardoso.
Apesar de ser um tipo de câncer com causas ainda pouco conhecidas, vários estudos apontam fatores que podem aumentar o risco para alguns tipos da doença: herança genética, tabagismo, exposição ambiental ao benzeno e à radiação ionizante, exposição a agrotóxicos e solventes e infecção por vírus de hepatite B e C.
Sintomas como perda de peso sem motivo aparente, palidez, cansaço, falta de energia, febre ou suores noturnos, aumento de gânglios, infecções persistentes ou recorrentes, hematomas, sangramentos sem causas aparentes e desconforto abdominal (por causa do aumento do baço e do fígado) devem ser investigados por um médico.
As leucemias podem afetar pessoas de diferentes faixas etárias, inclusive crianças, como no caso da leucemia linfoide aguda.
Tipos de leucemia
Existem mais de 12 tipos de leucemia, sendo que as quatro mais comuns são leucemia mieloide aguda, leucemia mieloide crônica, leucemia linfoide aguda e leucemia linfoide crônica.
A doença se instala de duas formas diferentes: crônica, que tem os sintomas mais brandos e evolui lentamente, ou aguda, que é mais agressiva, pois evolui e agrava-se de forma rápida e num curto intervalo de tempo.
Segundo o INCA, os quatro tipos de leucemia mais comuns têm as seguintes características:
Leucemia linfoide crônica: afeta células linfoides e se desenvolve de forma lenta. A maioria das pessoas diagnosticadas com esse tipo da doença tem mais de 55 anos. Raramente afeta crianças.
Leucemia mieloide crônica: afeta células mieloides e se desenvolve vagarosamente, a princípio. Acomete principalmente adultos
Leucemia linfoide aguda: afeta células linfoides e agrava-se de maneira rápida. É o tipo mais comum em crianças pequenas, mas também ocorre em adultos
Leucemia mieloide aguda: afeta as células mieloides e avança rapidamente. Ocorre tanto em adultos como em crianças, mas a incidência aumenta com o aumento da idade
Imagem: Luiza Cardoso