O tratamento cirúrgico da hemorroida é quase sempre muito temido pelos pacientes devido ao pós-operatório doloroso. O procedimento a laser é menos invasivo e revoluciona por reduzir a lesão tecidual e proporcionar uma recuperação mais rápida e menos sofrida. Geralmente, é necessário operar os casos cujos diagnósticos sejam de doença hemorroidária de grau avançado.
Atualmente, há dois tipos de laser para o tratamento. O laser de dióxido de carbono, que é utilizado, principalmente, para retirar a pele em excesso e causar menos danos aos tecidos; e o laser de diodo, que é utilizado, especificamente, para fazer uma espécie de cauterização, selando o vaso e impedindo que o paciente venha a ter os sintomas novamente.
Para a coloproctologista Glicia Abreu, a cirurgia a laser demonstra eficácia e taxas aceitáveis de recidiva, que é o retorno da doença, além de uma volta mais rápida do paciente às atividades diárias do que a cirurgia convencional. “É importante que esse tipo de cirurgia seja indicado ao paciente após uma avaliação precisa para que se obtenha o melhor resultado pós-cirúrgico”, afirma.
Incontinência fecal
A incontinência fecal significa a perda involuntária de fezes. A pessoa não consegue controlar e elas saem sem permissão. Essa condição afeta a qualidade de vida, porque o cidadão começa a evitar o convívio social por medo de constrangimentos, como odor e percepção alheia da situação, através de mancha na roupa. O tratamento desse problema pode ser feito através da neuromodulação sacral.
“Essa técnica é minimamente invasiva e seu bom resultado persiste e até melhora com o passar dos anos! Dessa forma, as pessoas com perdas fecais não devem se acostumar a essa condição, ou até mesmo achar que é um sintoma que não tem solução, porque podem melhorar substancialmente o quadro com a neuromodulação sacral”, destaca Glicia.
Os procedimentos anteriores, como a esfincteroplastia, ou eram muito complexos, com a implantação do esfíncter artificial, ou tinham complicações, como a perda da eficácia ao longo do tempo. Com a neuromodulacao sacral um eletrodo é colocado na região por onde passam as raízes nervosas, provocando a melhora do funcionamento dessas áreas e, consequentemente, controlando a perda fecal.
O procedimento é indicado para pessoas com perdas fecais que não melhoram com o tratamento clínico. O tratamento inicial consiste no ajuste da dieta, uso de medicações para adequar o ritmo intestinal e fisioterapia. “Atualmente, quando a pessoa não responde a essa abordagem inicial, já existe evidência robusta, avaliando cada caso, para que seja indicado o procedimento de neuromodulação sacral”, pontua a coloproctologista.
Vários fatores podem implicar na incontinência fecal, como a idade, a menopausa, doenças subjacentes, como diabetes, e até o parto nas mulheres. A perda fecal gera impactos severos na qualidade de vida, porém, cerca de 40% dos pacientes não revelam esses sintomas. “Portanto, a retomada do controle, através da neuromodulação sacral, melhora substancialmente a vida da pessoa, sua autoestima e amor próprio”, ressalta Glicia.