A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou uma nova campanha global no Dia Mundial da Saúde, celebrado nesta segunda-feira (7), com foco na melhoria da qualidade da atenção à saúde materna, chamando a atenção para a urgente necessidade de fortalecer os serviços de maternidade em hospitais, ampliar a prevenção no pré-natal e reduzir drasticamente as mortes evitáveis de gestantes durante o parto.
Segundo a OMS, a cada dois minutos, uma mulher morre em decorrência de complicações na gravidez ou no parto — números alarmantes que refletem desigualdades no acesso a cuidados de qualidade, especialmente em países de baixa e média renda. A campanha propõe uma mudança de rota: da simples sobrevivência para a garantia de uma maternidade segura, digna e respeitosa.
Estratégias para fortalecer as maternidades hospitalares
Um dos pilares da campanha é a reestruturação das maternidades em hospitais públicos e privados. A OMS recomenda investimentos em infraestrutura, capacitação contínua de equipes multiprofissionais, disponibilidade de equipamentos essenciais e protocolos clínicos baseados em evidências.
A proposta também destaca a importância de ambientes humanizados, que respeitem os direitos das gestantes, promovam o parto seguro e reduzam intervenções desnecessárias. O foco está em garantir que cada mulher receba atendimento qualificado, oportuno e centrado em suas necessidades.
Prevenção começa no pré-natal
A OMS reforça que o cuidado com a saúde materna começa muito antes do trabalho de parto. A ampliação do acesso ao pré-natal de qualidade é uma das estratégias-chave para identificar e tratar precocemente condições que podem levar a complicações graves, como hipertensão, diabetes gestacional, infecções e anemias.
A recomendação é de pelo menos oito consultas pré-natais, com exames regulares, orientações sobre nutrição, saúde mental e preparação para o parto. O envolvimento de agentes comunitários de saúde e a integração dos serviços de atenção básica são apontados como medidas eficazes para ampliar a cobertura e o acolhimento.
Redução da mortalidade materna: uma meta global
A meta da OMS é clara: reduzir a taxa global de mortalidade materna para menos de 70 mortes por 100 mil nascidos vivos até 2030, conforme os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Para isso, será necessário um esforço conjunto entre governos, profissionais de saúde, instituições e a sociedade civil.
No Brasil, os desafios são grandes, mas também há avanços. Iniciativas como a Rede Cegonha, a implementação de casas de parto e a atuação de doulas têm mostrado resultados positivos. Ainda assim, a mortalidade materna voltou a subir nos últimos anos, agravada pela pandemia de COVID-19, evidenciando a fragilidade do sistema de saúde.
A campanha da OMS vem como um chamado à ação: investir na saúde materna é salvar vidas, proteger famílias e construir um futuro mais justo para todos.
Crédito da foto: Unicef/Rahani Kaur