O Brasil registrou o inverno mais quente dos últimos 60 anos e um início de primavera com temperaturas elevadas. Nesta quinta-feira (28), embora a temperatura tenha caído em algumas regiões do país, a expectativa é que a reta final do ano seja quente e com temperaturas acima da média.
Especialistas ouvidos pelo g1 explicam as consequências e citam os perigos da onda de calor no país. (Veja as explicações a seguir)
Relatos em redes sociais dão conta de que as pessoas estão relacionando alguns sintomas – como náusea, vômito e diarreia – ao calor intenso no país. Mas o que podemos de fato dizer que é uma consequência do calor?
“Os principais sintomas em consequência do calor são náusea e sensação de tontura – especialmente quando a gente não está bem hidratado. A diarreia não tem ligação com o calor”, disse a pediatra Rafaella Gatto.
“A gente está passando por um período com muitos casos de enterovírus, vírus que causa infecção gastrointestinal. São os vírus que causam vômito e diarreia, não o calor. As enteroviroses são mais comuns na época de calor. Como a gente está passando por um ‘mini verão’ no início da primavera, os casos estão mais frequentes”, explicou a médica.
Idosos e crianças no ‘grupo de risco’
A pediatra Rafaella Gatto explicou queidosos e crianças são os grupos mais vulneráveis e que precisam de uma atenção maior neste período.
“O idoso tem menos água no organismo e a criança tem mais necessidade hídrica. Ambas têm uma necessidade maior de aporte de água. Esses dois grupos de pessoas desidratam mais rápido. Em suma, eles são grupos de “risco”. Os menores de dois anos e os idosos de forma geral”, afirmou.
A manutenção da temperatura corporal é fundamental para suportar as altas temperaturas, de acordo com o médico do esporte e fisiatra Fabrício Buzatto.
“Idosos e criança têm uma menor flexibilidade da manutenção da temperatura corporal. Manter a temperatura corporal é um dos princípios fisiológicos mais importantes do corpo humano. Os idosos têm menor reserva de água, tem alterações na pele que dificultam a manutenção de calor, tem uma tendência a desidratação maior. As crianças não têm o controle de quanto ela precisa de água, por isso os adultos precisam ficar atentos. Crianças e idosos devem evitar fazer atividades com o “sol a pino” e frequentar lugares abafados”, disse o médico.
Como se prevenir?
O médico Fabrício Buzatto que alguns hábitos devem ser adotados nesta época do ano, mas, se os sintomas persistirem, um profissional capacitado deve ser procurado.
“A recomendação é se hidratar, fazer refeições leves. Também deve-se evitar lugares fechados que recebem a incidência do sol, porque o ambiente pode fazer um efeito de estufa. Frequentar lugares com circulação de ar é importante. Se persistirem os sintomas, o paciente deve procurar um médico para dar um diagnóstico exato”, afirmou.
Após sentir náuseas ou tonturas, a pessoa deve tentar abaixar a temperatura corporal.
“A pessoa precisa se hidratar e tentar diminuir a temperatura do corpo: uma boa saída é tomar um banho fresco, repousar e melhorar a hidratação. Quando a gente está com sede, a gente está quase desidratando. Então é preciso tomar água antes que fique com sede. Apesar de ter isotônico e suco de frutas, água é o principal”, disse Rafaella Gatto.