Autismo: é preciso adoção de práticas pedagógicas inclusivas

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Entrevista: fisioterapeuta e fundadora da Clínica Espaço KidsJamaica Araújo

O dia 2 de abril, celebrado esta semana, é reconhecido como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo e tem o objetivo de disseminar informações para combater a discriminação e o preconceito contra aqueles que vivem com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). A data é uma oportunidade para destacar os avanços da inclusão escolar, promovendo ambientes educacionais mais acessíveis e acolhedores para estudantes com TEA. A fisioterapeuta e fundadora da Clínica Espaço KidsJamaica Araújo, fala sobre a importância de fazer um processo inclusivo com ajustes de práticas pedagógicas.

Pessoas com autismo precisam de uma atenção pedagógica especial?

Sim, as crianças com autismo têm algumas características específicas, que podem incluir diversos níveis de alterações na função social, no comportamento e na comunicação, portanto elas precisam de um ambiente seguro e gentil, composto por profissionais sensíveis e capacitados, do auxílio de uma pessoa tecnicamente treinada para fazer o acompanhamento pedagógico – AP, com o intuito de contribuir com o seu desenvolvimento escolar e de um PEI (Plano Educacional individualizado) adequado à condição da criança.

As escolas devem promover uma educação mais inclusiva para os autistas?

Sim, claro. As escolas e a comunidade precisam se adaptar as diferenças. Na escola é imprescindível o plano educacional individualizado (PEI) para cada aluno com TEA. Precisamos pensar que cada aluno tem suas especificidades, habilidades e dificuldades. Claro que é compreensível a sobrecarga dos profissionais, mas é necessária uma comunicação fluida e contínua entre escola, família e equipe terapêutica para o desenvolvimento em conjunto desse PEI. Além disso, a escola é um ambiente importante para a educação da comunidade sobre o TEA também, um ambiente em que envolve diversas famílias e que pode captá-las para divulgar o conhecimento e a informação de qualidade.

Como a família deve ser acolhida frente ao diagnóstico de um filho com TEA?

Quando a gente fala de uma pessoa com TEA, falamos de uma família com TEA, ou seja, uma família que precisa de acolhimento, orientação, apoio, informação e, principalmente, de empatia. Quando se recebe um diagnóstico de TEA, a família altera toda sua rotina, necessitando de uma rede de apoio sólida que inclui em alguns casos, atendimento individualizado específico para esse familiar que está diretamente envolvido no cuidado da pessoa com TEA.

O que o serviço público vem oferecendo de inovador para o atendimento da melhoria cognitiva e emocional dos pacientes autistas?

Existem alguns centros de atendimento direcionados para as pessoas com TEA, desde a infância até a vida adulta. Em Salvador, por exemplo, tem o Centro Educacional Pestalozzi, CRE TEA (Centro de referência estadual para pessoas com Transtorno do Espectro Autista) e o Projeto FAMA (Fantástico Mundo Autista). O primeiro trabalha com educação inclusiva, o segundo trabalha com atendimento multidisciplinar e educação permanente em saúde, o último trabalha com adolescentes e adultos no desenvolvimento de suas habilidades, direcionando em alguns casos para o mercado de trabalho.

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