A ministra Nísia Trindade afirmou nesta quarta-feira (21) que o foco do governo deve ser “aperfeiçoar as relações com o poder legislativo” e disse que encontrar equilíbrio nessa relação é seu objetivo central. A fala foi em participação no programa “Bom dia, Ministro”, da TV Brasil.
“Eu creio que, neste momento, aperfeiçoar as relações com o poder legislativo tenha que ser o foco do governo, e tem sido”, afirmou. “Como, de fato, chegarmos a um equilíbrio nessa relação. E isso pra mim é o objetivo central.”
Partidos ligados ao centrão têm afirmado que só prometem fidelidade ao governo em votações no Congresso caso possam ocupar a pasta. O principal motivo para a cobiça pelo Ministério da Saúde é controle sobre um dos maiores orçamentos da Esplanada.
A ministra disse buscar diálogo com todos os partidos, mas lembrou que a escolha sobre o comando dos ministérios é do presidente Lula.
“Minha convicção é de fortalecer esse trabalho o máximo possível, enquanto merecer a confiança do presidente que é quem define seu ministério, e aliás é quem foi eleito.”
Nesta semana, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, negou que o presidente da Câmara, Arthur Lira, tenha feito pedido ministérios no governo.
“Eu quero ser justo com o presidente Arthur Lira. Tanto para mim quanto para o presidente Lula, em nenhum momento, o presidente Arthur Lira reivindicou qualquer ministério, ocupar qualquer ministério do governo”, disse Padilha no começo da semana.
Padilha afirmou que o presidente Lula definiu que o Ministério da Saúde não entrará na “cota partidária de qualquer partido”.
Indicações políticas
O governo tem sido pressionado por alas do Congresso para que faça uma reforma ministerial. O principal alvo é a ministra do Turismo, Daniela Carneiro.
Ela foi indicada para o cargo compondo um dos três ministérios do União Brasil, mas pediu sua desfiliação do partido, o que motivou a sigla a pedir sua substituição.
Questionada sobre a pressão por indicações políticas em áreas ligadas à saúde indígena, através da Secretaria de Saúde Indígena (SESAI) do Ministério da Saúde, Nísia Trindade afirmou que o Ministério busca manter o protagonismo indígena nas funções, mas defendeu as indicações políticas.
“Indicações políticas fazem parte de todos os governos. Os governos têm componentes técnicos, mas envolvem a forte articulação com lideranças políticas e do legislativo”, disse.
“A indicação política em si não deve ser vista como um problema, mas todo o trabalho de definição dessas nomeações é feito considerando a representatividade de quem foi indicado, considerando também o seu compromisso com a agenda programática da saúde indígena”, afirmou.
Fonte: G1