A discussão sobre o câncer de pele no Brasil evidencia um problema estrutural que ultrapassa o campo da saúde e alcança diretamente a formulação de políticas públicas.
Dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia no Distrito Federal (SBD) apontam que a alta carga tributária sobre itens essenciais, como o protetor solar, revela uma contradição profunda: enquanto campanhas oficiais insistem na importância da prevenção, o Estado mantém um produto fundamental inacessível para grande parte da população. Com quase 40% de impostos, o protetor solar se torna um item de luxo, quando deveria ser tratado como insumo básico de saúde pública, sobretudo em um país tropical com índices elevados de radiação solar.
Outro ponto crítico é a dificuldade de acesso a dermatologistas e ao diagnóstico precoce no Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse contexto, portanto, a isenção fiscal sobre protetores solares e a ampliação da porta de entrada para consultas especializadas deveriam ser prioridades imediatas, uma vez que prevenir é mais barato, mais eficaz e mais humano do que tratar.




