A andropausa é caracterizada pela queda na produção de hormônios no homem. Embora ocorra de forma mais lenta e não tão abrupta como na menopausa, na mulher, deve-se avaliar o momento correto de fazer a reposição hormonal, tema que ainda é um tabu no sexo masculino. É preciso desconstruir ainda que a responsabilidade de um bom relacionamento sexual entre parceiros deve ser somente atribuído à mulher. Nesta entrevista, o urologista Lucas Bittencourt chama atenção para o assunto, tão importante para que o homem tenha uma vida plena e saudável.
- A reposição hormonal ainda é um tabu para muitos homens?
Sim. Infelizmente ainda continua. Mas tem havido uma crescente melhora, muito por conta de inúmeras campanhas voltadas para a saúde do homem de uma forma geral e o cuidado a ser realizado no ano inteiro, e não somente na campanha Novembro Azul.
- A baixa da testosterona ocorre de forma lenta no homem, mas quando ele deve fazer reposição hormonal?
O homem perde 1% de sua testosterona total a partir dos 35 anos de idade. Alguns mais outros menos. Diferente da mulher, na qual ocorre uma cessação da produção de hormônios, no homem essa queda é mais lenta. Sugerimos a avaliação clínica e laboratorial em todo homem acima de 40 anos. Aqueles que apresentam queixa de disfunção erétil, baixa libido, fadiga, indisposição, irritabilidade, acompanhado de níveis baixos de testosterona, tem indicação precisa de reposição.
- Quando a reposição hormonal é contraindicada no homem?
A principal contraindicação são naqueles pacientes que têm suspeita de câncer de próstata (seja por um PSA alterado ou toque retal suspeito). Outras contraindicações são naqueles que desejam paternidade iminente ou naqueles que têm alteração na viscosidade sanguínea.
- Quais os benefícios da reposição hormonal no homem?
Os benefícios são inúmeros. Desde a otimização da qualidade de vida e sexual e de composição corporal passando por melhorias no perfil cardiometabólico e fortalecimento ósseo.