O Brasil enfrenta um cenário preocupante de evasão de médicos na Atenção Primária à Saúde (APS), segundo estudo divulgado nesta segunda-feira (2). Entre 2022 e 2024, 33,9% dos profissionais deixaram seus postos de trabalho, com maior incidência nos estados com menor Produto Interno Bruto (PIB) per capita, como Maranhão e Paraíba. Os dados são do painel interativo “Observatório da Saúde Pública”, elaborado pela organização Umane em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Em contraste, estados como São Paulo, Rio de Janeiro e o Distrito Federal, que apresentam os maiores PIBs per capita do país, registram as menores taxas de evasão médica.
O levantamento reuniu dados de diversas bases públicas, como Datasus, Sisab, Vigitel, Sisvan, e-Gestor AB, Ipeadata e Sidra/IBGE. Além da rotatividade, o estudo aponta desafios estruturais na APS, como baixa cobertura vacinal, dificuldades no rastreio de câncer, número reduzido de exames solicitados e atendimento insuficiente a pacientes com doenças crônicas.
A Atenção Primária à Saúde é considerada pelo Ministério da Saúde a principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo responsável pelo atendimento inicial e acompanhamento contínuo da população, inclusive no tratamento de doenças crônicas, acompanhamento de gestantes e recém-nascidos.




