Exercício físico: uma aliada do cérebro na luta contra a demência

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Em um cenário global de envelhecimento populacional e aumento de casos de demência, a ciência tem lançado um olhar cada vez mais atento para o papel do exercício físico na saúde cerebral. Pesquisas recentes reforçam o que muitos especialistas já apontavam: manter o corpo em movimento é também uma estratégia de prevenção contra o declínio cognitivo.

Estudos mostram que a prática regular de atividade física — especialmente aeróbica, como caminhada, corrida ou natação — está associada à melhora da memória, do humor e até do volume cerebral em áreas relacionadas à cognição. Um dos mecanismos por trás disso é o aumento da irrigação sanguínea no cérebro, o que favorece a nutrição e oxigenação dos neurônios.

Além disso, exercícios estimulam a produção de proteínas que favorecem a neuroplasticidade, ou seja, a capacidade do cérebro de se adaptar, formar novas conexões e se proteger contra processos degenerativos. “A atividade física tem efeitos diretos e indiretos na função cerebral. Ela reduz fatores de risco como hipertensão, obesidade e diabetes — todos associados ao Alzheimer”, explica a neurocientista Fernanda Tovar-Moll, presidente do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda pelo menos 150 minutos semanais de atividade física moderada para adultos, como estratégia não apenas de bem-estar físico, mas também de prevenção de doenças neurológicas. Segundo a entidade, cerca de 40% dos casos de demência poderiam ser evitados ou adiados com mudanças no estilo de vida — e a movimentação regular é uma das mais eficazes.

Apesar das evidências, o sedentarismo ainda é uma realidade para grande parte da população. No Brasil, mais de 47% dos adultos não atingem o nível mínimo de atividade física recomendado, segundo dados do IBGE. Especialistas alertam que é preciso enxergar o exercício como um hábito de cuidado integral, tão importante quanto alimentação equilibrada ou controle do estresse.

A boa notícia? Nunca é tarde para começar. Pesquisas indicam que mesmo pessoas que adotam um estilo de vida ativo a partir da meia-idade colhem benefícios cognitivos e têm menor risco de desenvolver doenças neurodegenerativas.

Enquanto a ciência busca tratamentos mais eficazes para as demências, o velho conselho continua atual: mexa-se. Seu corpo e seu cérebro agradecem.

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