De acordo com dados do último Censo Demográfico de 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de pessoas com 65 anos ou mais no Brasil era de mais de 22 milhões de pessoas, o que equivale a 10% da população, aproximadamente. Este número representa um aumento de 57% em relação a 2010, quando o número era por volta de 14 milhões.
Isto posto, no dia 26 de julho, é celebrado o Dia dos Avós, data que propõe a reflexão sobre o papel fundamental dos avós não apenas na vida dos netos, como também das famílias e da comunidade em que vivem, além de destacar os desafios e as oportunidades que o processo do envelhecimento manifesta.
A relação entre avós e netos é um vínculo único e especial que traz benefícios mútuos para ambos. A estudante de relações públicas, Laura Ferraz, de São Paulo, SP, afirma que o convívio diário com sua avó, Maria José, faz com que ela se sinta acolhida e segura. “Minha ´vó´ está presente nos melhores e piores momentos da minha vida, até mais do que meus pais. Ela é meu porto seguro e minha maior incentivadora”. Por sua vez, Maria concorda com a neta: “Criar memórias felizes fortalece os laços entre as gerações da família”, pontua a aposentada de 67 anos.
A presidente do Departamento de Gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Dra. Naira Lemos, destaca que a relação entre avós e netos demonstra a afetividade e o cuidado mútuo entre pessoas de diferentes idades. “A conexão entre avós e netos pode fortalecer laços e promover a troca de experiências. Se pensarmos nos benefícios aos avós, pode-se evitar o isolamento social. Além disso, interagir com pessoas de idades diversas nos auxilia a desenvolver empatia e estabelecer uma convivência saudável em sociedade.”
A presidente reitera a importância da data e da presença desses familiares na vida dos netos e familiares: “O Dia dos Avós, certamente, favorece o reconhecimento dessas pessoas na vida dos netos. E é mais um espaço para a expressão de carinho e afeto”.
Solidão e pessoas idosas
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 20% e 34% das pessoas idosas na Europa, América Latina e Estados Unidos relatam se sentir solitárias. Além disso, a solidão é capaz de aumentar em 25% o risco de morte e em 50% o de demência.
Por isso, a OMS criou a Comissão Global de Conexões Sociais com o objetivo de propor soluções e reconhecer a solidão como uma prioridade de saúde pública crescente e complexa, com diversas causas e consequências. Os fatores podem ser socioeconômicos, problemas de saúde ou isolamento social da família e de pessoas próximas.
Diante desta situação é importante captar as diferentes faces dessa questão para poder combatê-la de forma eficaz. Para mais, entender que uma boa convivência entre avós e netos pode ser uma fonte importante de apoio emocional, para ambos os lados, a fim de evitar o estado de solidão. “O Dia dos Avós deve ser ´utilizado´como um instrumento para a construção de sociedades mais acolhedoras, visando um futuro melhor”, afirma Dra, Naira.