Perda auditiva acelera declínio cognitivo e amplia risco de demência, aponta estudo

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Estudo recente publicado pela The Lancet Commission aponta que a perda auditiva não tratada acelera o declínio cognitivo e amplia o risco do desenvolvimento ou agravamento de demência, como o Alzheimer ou a demência frontotemporal, que atinge o ator Bruce Willis e o jornalista Maurício Kubrusly. Segundo estudo científico, a demência afeta aproximadamente 10% das pessoas com mais de 65 anos, provocando perda de memória, falta de atenção, dificuldades relacionadas ao raciocínio lógico e funções neurológicas.

Segundo os pesquisadores, a perda auditiva foi identificada como a de maior risco potencial para a doença cerebral. A condição amplia em 8% as chances do desenvolvimento da demência, seguido por traumas cerebrais (3%), hipertensão (2%), consumo excessivo de álcool (1%) e obesidade (1%).

Isso acontece porque, quando há perda auditiva, os sons deixaram de chegar ao cérebro, resultando em dificuldade na compreensão de fala e na comunicação com outras pessoas. A longo prazo, a falta de estímulo sonoro poderá acelerar o declínio da capacidade cognitiva e provocar o encurtamento das atividades cerebrais nos idosos.

“O estudo indica que a audição é um sistema sensorial que aciona as áreas da atenção, da memória e da cognição. Logo, quando o idoso tem a capacidade auditiva reduzida, há menor estímulo cerebral. Como consequência, pode acelerar o declínio cognitivo e ampliar o risco de demência”, explica a fonoaudióloga Erica Bacchetti, gerente de Audiologia da AudioNova.

A relação entre a redução da capacidade auditiva e o declínio cognitivo exige ainda mais atenção em função do aumento dos casos de perda auditiva, cuja causa principal é o envelhecimento da população. A expectativa de vida ao nascer no Brasil avançou mais de 20 anos em pouco mais de cinco décadas, passando de 57 anos, em 1970, para 75 anos, em 2022.

Segundo a fonoaudióloga, a perda auditiva é um problema progressivo. Ou seja, se não for diagnosticada e tratada assim que surgirem os primeiros a sintomas, pode acarretar prejuízos irreversíveis.

“Quando o paciente é diagnosticado com perda auditiva, mesmo sendo em estágio inicial, é fundamental iniciar imediatamente a reabilitação e o tratamento auditivo através do uso de aparelhos auditivos, visando estimular a cognição e evitar ou desacelerar a demência. Se esse processo já estiver instalado, a tendência com o tratamento é que a velocidade dela seja mais lenta”, afirma.

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