O Brasil enfrenta uma média de 645 amputações de pênis anualmente devido ao câncer, conforme alerta recente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) baseado nos dados do Sistema de Informações Hospitalares do Ministério da Saúde.
Os dados revelam uma queda temporária nas amputações nos dois primeiros anos da pandemia (2020 e 2021), possivelmente devido à relutância das pessoas em buscar serviços médicos não urgentes. A urologista Karin Jaeger Anzolch, diretora de Comunicação da SBU, destaca a falta de conhecimento sobre o câncer de pênis, que, por não causar dor inicialmente, muitas vezes é negligenciado.
No período de uma década (2012 a 2022), o Brasil registrou 21.766 diagnósticos de câncer de pênis e 4.592 mortes pela doença (2011 a 2021). A faixa etária mais afetada foi de 60 a 69 anos. O órgão ressalta que a maioria dos casos pode ser evitada com práticas como higienização adequada, vacinação contra HPV (disponível no SUS) e remoção do prepúcio quando necessário.
Em resposta aos alarmantes números, a SBU lançará em fevereiro a quarta edição da Campanha de Prevenção ao Câncer de Pênis, destacando a importância da informação. A doença é mais comum em homens acima de 50 anos, mas pode ocorrer em jovens. Os quatro principais sintomas incluem ferida não cicatrizada, secreção com odor forte, mudanças na pele da glande e presença de nódulos na virilha.
Roni de Carvalho Fernandes, diretor da Escola Superior de Urologia, destaca a alta chance de cura com diagnóstico precoce. O tratamento nessa fase inclui a remoção da lesão por cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, variando conforme cada caso. Em casos avançados, a amputação do pênis pode ser necessária. A conscientização é crucial para prevenir e tratar o câncer de pênis de maneira eficaz.