Qual foi a última vez que você prestou atenção em alguma coisa nas redes sociais por mais de 1 minuto? Você consegue, por exemplo, assistir a um episódio de alguma série sem desbloquear o celular em algum momento? Pra você, os vídeos de 10 minutos parecem uma eternidade, e todo áudio do WhatsApp sempre precisa ser acelerado? Quando foi a última vez que você dormiu sem recorrer a uns minutinhos de TikTok ou Instagram antes?
É comum que a gente se identifique com uma ou mais dinâmicas dessa (aqui a gente gabaritou umas três), mas será que isso é o normal mesmo? Como será que esse processo de desgaste da atenção e de hiperestímulo de informações e imagens tem impactado o nosso cérebro, a nossa atenção, o nosso sono? A gente foi conversar com o Sidarta Ribeiro, professor, pesquisador, neurocientista e uma das maiores autoridades nos estudos de sonho do Brasil, para entender o que pode acontecer.
De cara, é importante entender que não é que o seu cérebro é incapaz de retomar o processo de atenção – é que tudo o que você mostra pra ele tá acelerado, é extremamente sensorial e não requer esforço de atenção contínua. Com isso, o seu sistema de recompensas é ativado, gerando um processo de insaciabilidade do desejo. “Quando a gente coloca todo o nosso desejo nas interações através de telas, a gente vai embarcando na insaciabilidade do desejo, ou seja, o teto de satisfação da dopamina fica cada vez mais alto, que é o que o sistema dopaminérgico produz. Qual é o número de likes que vai te deixar feliz? Quantos vídeos ou posts você precisa rolar pra ficar feliz?”
Além dos impactos na atenção, os amantes dedeslizar o feed antes de dormir têm prejudicado o sono REM, que costuma ser o mais reparador, responsável pela produção dos sonhos e até a imaginação.
Fonte: Contente Você
Foto: Google Imagens