Bets e apostas: diversão ou questão de saúde pública?

cOMPARTILHE:

O crescimento descontrolado das apostas no Brasil deixou de ser um comportamento individual de risco para se consolidar como um grave problema de saúde pública. O número de pessoas endividadas, com transtornos de ansiedade, depressão e até ideação suicida relacionados ao vício em jogos revela um impacto direto sobre o sistema de saúde, a assistência social e a estrutura familiar. Quando o Estado passa a criar canais específicos de acolhimento, como o teleatendimento, admite implicitamente que os danos extrapolaram o campo econômico e atingiram o bem-estar coletivo.

A banalização das apostas, estimulada por publicidade massiva e pela presença constante dessas plataformas no cotidiano, contribui para a normalização de um comportamento compulsivo. Jovens e pessoas em situação de vulnerabilidade são especialmente afetados, muitas vezes sem qualquer orientação ou limite efetivo. O resultado é um ciclo de adoecimento que sobrecarrega serviços públicos, aumenta a demanda por atendimento psicológico e psiquiátrico e agrava problemas sociais já existentes, como o endividamento crônico e a ruptura de vínculos familiares.

Diante desse cenário, tratar o vício em apostas apenas como uma escolha pessoal é um erro que mascara a dimensão real do problema. A resposta do poder público precisa ser estruturante, com prevenção, regulação rigorosa e tratamento contínuo. Reconhecer as apostas como um problema de saúde pública é o primeiro passo para enfrentar uma epidemia silenciosa que avança rapidamente

Comente:

Deixe um comentário

# Últimas notícias

Utilize nosso formulário para fazer sua denúncia.

Você também poderá entrar em contato acessando nossos canais.

Este site utiliza cookies para melhorar a experiência dos usuários. Ao acessar nosso site você concorda com nossas políticas de privacidade.