O Brasil foi oficialmente reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) pela eliminação da transmissão do HIV de mãe para filho, também chamada de transmissão vertical, como um problema de saúde pública. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante participação em um programa televisivo, e representa um marco histórico nas políticas públicas de saúde no país, fruto de décadas de esforço do Sistema Único de Saúde (SUS) em ampliar o acesso ao diagnóstico e tratamento da infecção pelo vírus.
Esse reconhecimento internacional ocorre após o Brasil atingir patamares considerados satisfatórios pela OMS em indicadores epidemiológicos, como taxas de transmissão vertical inferiores a 2% e incidência da infecção em crianças abaixo de 0,5 caso por mil nascidos vivos. A certificação, que será entregue formalmente em evento com representantes da OMS e do programa UNAIDS ainda nesta semana, confirma que a transmissão do vírus da gestante para o bebê durante a gestação, parto ou amamentação foi sustentavelmente interrompida em níveis que não configuram mais um problema de saúde pública.
O reconhecimento é resultado de um conjunto de ações integradas de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento eficaz — incluindo a ampla cobertura de pré-natal com testagem universal, a disponibilização gratuita de terapia antirretroviral no SUS para gestantes vivendo com HIV, e a expansão de estratégias preventivas como a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP). A combinação dessas iniciativas, além de intervenções comunitárias e parcerias com a sociedade civil, contribuiu para reduzir significativamente a transmissão vertical e os óbitos relacionados à aids no país.
Esse marco coloca o Brasil em posição destacada no cenário internacional e reforça a importância de políticas públicas sustentadas e integradas na luta contra o HIV/Aids. A certificação da eliminação da transmissão vertical pelo SUS não apenas simboliza um avanço epidemiológico relevante, como também evidencia o papel central do sistema público de saúde na promoção da equidade no acesso aos serviços de saúde e na redução das desigualdades, com impacto direto na vida de mães e crianças em todo o território nacional.



