Pela primeira vez em quase duas décadas, o número de fumantes voltou a crescer no Brasil, interrompendo uma trajetória de queda que era motivo de orgulho nacional. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que a proporção de adultos fumantes nas capitais brasileiras subiu de 9,3% em 2023 para 11,6% em 2024, um aumento de 25% em apenas um ano.
Conforme explica o médico pneumologista João Moysés Campos, o crescimento recente está especialmente impulsionado pelo uso de dispositivos eletrônicos (vapes), atraindo jovens. “A crescente popularidade é atribuída à publicidade atraente, a novidade dos dispositivos, às altas concentrações de nicotina e a saborizaçao que promovem o vício, mesmo entre jovens que nunca fumariam cigarros convencionais, principalmente entre as meninas”, alerta Campos.
O tabaco pode provocar doenças pulmonares e o mais grave o câncer de pulmão. “A longo prazo o câncer, a curto prazo temos visto cada dia mais os cigarros eletrônicos causando lesões pulmonares agudas, como a Lesão Pulmonar Associada ao Uso de Cigarro Eletrônico– EVALI, que pode levar à insuficiência respiratória e morte. Outras doenças agudas incluem bronquite, asma, pneumonias e pneumonia lipoide, que ocorrem quando substâncias oleosas são colocadas dentro dos vapes entram nos pulmões e causam inflamação”, reforça Campos.
O tratamento padrão ouro, ou de maior eficácia, para a cessação do tabagismo é a combinação da Abordagem Cognitivo Comportamental (ACC),com o objetivo de ajudar o fumante a desenvolver estratégias para lidar com os gatilhos e a superar os obstáculos para permanecer sem fumar, associada ao tratamento farmacológico utilizando medicamentos para ajudar a reduzir os sintomas de abstinência e a fissura (desejo intenso de fumar), conclui o pneumologista.




