O Brasil apresentará na COP30, que acontece a partir do dia dez de novembro, em Belém, um novo plano de adaptação do setor de saúde às mudanças climáticas. O projeto, denominado Plano de Ação para a Saúde de Belém, foi elaborado em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e traz medidas como a reorganização de horários de atendimento, escalas de descanso e ajustes em doses de medicamentos durante períodos de calor extremo. O objetivo é garantir que os serviços de saúde continuem operando com segurança e eficiência diante do aumento de eventos climáticos extremos, como ondas de calor e poluição atmosférica.
O plano está estruturado em três eixos principais: fortalecimento da vigilância e monitoramento, preparação dos serviços e profissionais, e inovação sustentável na cadeia produtiva da saúde. O primeiro eixo prevê a criação de uma vigilância climática integrada, capaz de cruzar dados ambientais e de saúde para antecipar riscos relacionados ao clima, como mudanças na qualidade da água, disseminação de doenças vetoriais e variações na poluição do ar. Essa integração de informações permitirá respostas mais rápidas e eficazes a situações emergenciais.
O segundo eixo tem foco na capacitação e preparação dos serviços de saúde para enfrentar condições extremas. Entre as ações previstas estão o treinamento de equipes, a adequação da infraestrutura física das unidades e a criação de protocolos de resposta rápida a emergências climáticas. O plano também reconhece a necessidade de atualizar currículos de cursos como medicina e enfermagem, incorporando conteúdos sobre os impactos das mudanças climáticas na saúde pública e nas práticas assistenciais.
O terceiro eixo propõe repensar a cadeia produtiva da saúde, que é uma das mais poluentes do mundo. O plano prevê a adoção de práticas sustentáveis, como a redução do uso de plásticos, o incentivo às energias renováveis e o desenvolvimento de medicamentos mais resistentes a variações de temperatura. A versão nacional do projeto, chamada Adapta-SUS, deve integrar essas ações aos orçamentos estaduais e municipais, promovendo uma gestão mais eficiente e resiliente. O objetivo é garantir que o sistema de saúde brasileiro mantenha sua capacidade de cuidado em um cenário global de aquecimento crescente.




