Uma atualização conjunta da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) trouxe mudanças significativas na forma de avaliar a pressão arterial. A nova diretriz, lançada durante o 80º Congresso Brasileiro de Cardiologia, realizado em setembro, estabelece que valores antes vistos como “normais limítrofes” — como 12×8 (120/80 mmHg) — passam a ser classificados como pré-hipertensão.
Na prática, isso significa que pessoas com pressão entre 12×8 e 13×9 não são consideradas hipertensas, mas já devem acender um alerta para o risco cardiovascular.
“O objetivo dessa mudança não é aumentar o uso de medicamentos, mas chamar atenção para a necessidade de mudanças no estilo de vida”, explica o cardiologista Leandro Serafim. “Se o paciente é sedentário, precisa incluir atividade física. Se fuma, deve parar. Além disso, é fundamental evitar estresse, manter uma boa alimentação e cuidar do sono”, orienta o cardiologista.
A decisão causou polêmica nas redes sociais, com críticas de que a nova classificação poderia favorecer a indústria farmacêutica. “Não se trata de vender mais remédio. O foco é prevenção. Ao identificar precocemente quem está em risco, podemos reduzir casos de infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e até a necessidade de hemodiálise no futuro”, explica Serafim.




