A confirmação de duas mortes e de novos casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas em São Paulo acendeu um alerta nacional. Em notas públicas, a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) e a Associação Brasileira de Neuro-oftalmologia (ABNO) manifestaram preocupação e pediram rigor na fiscalização. Nove pessoas apresentaram sintomas de envenenamento nas últimas três semanas, segundo autoridades de saúde.
A Abrabe afirmou ter “profunda solidariedade às vítimas e familiares” e reforçou que combate a produção e a comercialização de bebidas ilegais. A entidade informou que, somente em 2025, mais de 160 mil produtos falsificados foram apreendidos, além de insumos e equipamentos. O comunicado defende a parceria com governos federal e estadual para proteger consumidores e garantir um mercado seguro.
A ABNO alertou que a ingestão de metanol pode causar neuropatia óptica, doença capaz de provocar perda de visão irreversível. Os primeiros sintomas surgem entre 12 e 24 horas após o consumo, com dor de cabeça, náuseas, vômitos, dor abdominal, confusão mental e visão turva repentina. O tratamento deve ser imediato, com antídotos como etanol intravenoso, uso de bicarbonato para corrigir a acidez do sangue, vitaminas e, em casos graves, hemodiálise.
Diante da escalada de ocorrências, a Secretaria Nacional do Consumidor e o Conselho Nacional de Combate à Pirataria divulgaram uma nota técnica com recomendações urgentes a bares e estabelecimentos paulistas. O documento orienta comerciantes a reforçarem a checagem de procedência das bebidas e intensificarem o combate à venda de produtos irregulares, em um esforço para conter novas intoxicações.




