De acordo com o Atlas Mundial da Obesidade 2025, elaborado pela Federação Mundial da Obesidade (WOF), o Brasil enfrenta um cenário preocupante: 31% dos adultos já vivem com obesidade e 68% estão acima do peso. Na prática, quase sete em cada dez brasileiros apresentam excesso de peso. As projeções indicam que, até 2044, quase metade da população adulta (48%) poderá ser obesa caso não haja mudanças significativas no enfrentamento da doença.
O relatório também alerta para o impacto na mortalidade. Mais de 60 mil mortes prematuras por ano no país são atribuídas ao sobrepeso e à obesidade, devido à forte associação dessas condições a enfermidades graves como diabetes tipo 2 e acidente vascular cerebral (AVC). Para especialistas, além de ser um problema de saúde pública, a obesidade já representa um desafio econômico e social de grandes proporções.
Apesar de ser reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença crônica multifatorial, a obesidade ainda é uma das poucas condições sem medicamentos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Essa lacuna no acesso ao tratamento é vista pelas entidades médicas como um entrave decisivo para conter a progressão da doença no país.
Diante desse cenário, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem) lançou uma campanha nacional para pressionar pela inclusão de fármacos contra a obesidade no SUS. A mobilização conta com o apoio da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade (Abeso), da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), que defendem a ampliação do acesso a tratamentos eficazes e seguros na rede pública.




